by etnikobandidoinfoshop.wordpress.com shared with thanks
By Bandido | September 2020
I met Pong in 2004. I saw him at a punk show all dressed up in punk battle attire alongside his friends Tonton and other Makati Punks. I visited him at his meeting place in Makati, and then I learned that Pong lived in a jeepney [a sort of crossover between a jeep and bus] and sometimes stayed in university rooms or at a friend’s house in Makati.

When his family moved to the relocation site in Cavite, Pong and his older brother still remained in Makati. Pong was literally a nomad, moving from place to place. When I worked as a tricycle driver, Pong and others visited me at our terminal and ate together after I finished my job. If we wanted to visit the anarchist space in Cubão, we would sleep together on the streets at night.
Pong did not finish his study of graphic design and instead lived as a street punk and artist. He was the one who intensely made posters, pamphlets for concerts and events, banners for any political activity such as demonstrations, hanging banners, etc. Its fort was black and white drawings with a ballpoint pen. The images of his works were related to anti-war (Food Not Bombs), anti-civilization, counterculture punk and anarchism.

He was inspired by the Black Bloc, anarchist and zapatista personalities. You would see this in your sketchbook, zines or recycled bond paper. Pong kept up to date with the socio-political events that were taking place globally, and you could see that with his drawings. I can say that he was an internationalist because of his concern for the situation around the world.
He drew Carlo Giuliani as a tribute to his death; Carlo Giuliani was an Italian anarchist who was shot by the police in the Anti-G8 mobilization of Genoa in 2001. In memory of Alexandros Grigoropoulos who was shot by special forces in Greece. Pong also drew images of him supporting the December 2008 riots in Exarchia.

He also made a portrait of Santiago Maldonado, an Argentine anarchist who was a victim of enforced disappearance. An image of the Palestinian girl Ahed Tamimi was also in her art.
When Tukijo, a farmer from Kulon Progo, was released from prison, the anarchists celebrated this, and again Pong drew a portrait of him emerging from prison and embracing his companion. I personally gave this Pong masterpiece to Tukijo when we visited him in Indonesia in 2015.

In 2005-06, we worked together with other friends to launch the “11 punks Sagada” campaign. Pong and I had many meetings with the Asian Human Rights Commission, as they were helping us in Manila with their legal advice, among other things. AHRC asked Pong to make an illustration in solidarity with the victims of torture. We organized a demonstration, together with other friends from Manila, Cainta and Bulacan, for the International Day against Torture that we held in Rotonda.
Pong was a dedicated enthusiast of anti-election propaganda through his creative illustrations that described the farce in the voting system.
Pong, as a street artist, portrayed images that were relatively important to him. He supported the indigenous struggle, not only Lumad for his self-determination, but also the Zapatistas, an indigenous community that lives autonomously in Chiapas, Mexico. He criticized urbanization, industrialization, poverty and the destruction of the environment. He was aware that capitalism and the state are primarily responsible for the madness that happens in our world.
Most infoshops and autonomous spaces here in the Archipelago had paintings and murals made by Pong. He was willing to share his talent with the community and friends; he liked to draw his friends’ faces and give them as gifts. Most of the time, he drew in his notebook or asked a friend if he could make a mural in his home. He had difficulty establishing prices for his work, as he was not comfortable seeing his work of art as a commodity that needed to be bought. He was willing to offer it for free or for an exchange.

For me, I know that Pong generally had an anti-establishment and anti-institution critique, especially in the art world. As an artist, he was not amazed or interested in putting his work in a closed gallery. He would be happy to exhibit his work in public places, streets, shows / events, neighborhood areas, abandoned buildings and invasion areas.

I learned from him that for people to appreciate art it is necessary to show it in public, so that people can question and create awareness. He has always participated in street art exhibitions such as the “Lansangan Koneksyon” and “Sining sa Kalye” events. But because we are proud of his work having been shown in other spaces such as Galeria Ishmael Bernal, we managed to convince him in 2012 to participate in a group exhibition. The exhibition was part of the five-day Anarkiya Fiesta event at the University of the Philippines.

In addition to punk, Pong had a mild taste in music. He introduced us to songs like “Tonight the Streets are Ours” by Richard Hawley and the band CocoRosie. If he was staying here in our infoshop, we always talked about many things like love life, family matters, socio-political issues, gossip, etc. He loved watching movies with my girlfriend, and they stayed up all night watching movies.
Pong not only inspired people, but CHALLENGED each one of us, showing that although life is difficult, anyone can do something different.
PONG IS NOT DEAD
HE WILL STAY WITH US

Translation> A. Padalecki anarchist news agency-ana
high moon
clear sky
the sound of the falling leaf
Alexandre Brito
[Filipinas] RIP Pong (Gutson Heyres): Um Anarquista Apaixonado e Dedicado
By A.N.A. on 24 de setembro de 2020
Por Bandido | Setembro de 2020
Eu conheci Pong em 2004. Eu o vi em um show punk todo vestido com indumentária de batalha punk ao lado de seus amigos Tonton e outros Punks de Makati . Eu o visitei em seu ponto de encontro em Makati, e então soube que Pong morava em um jeepney [uma espécie de cruzamento de jeep com ônibus] e às vezes ficava em quartos de universidades ou na casa de um amigo em Makati.

Quando sua família se mudou para o local de realocação em Cavite, Pong e seu irmão mais velho ainda permaneceram em Makati. Pong era literalmente um nômade, movendo-se de um lugar para outro. Quando eu trabalhava como motorista de triciclo, Pong e outros me visitavam em nosso terminal e comíamos juntos depois que eu terminava meu trabalho. Se quiséssemos visitar o espaço anarquista em Cubão, íamos juntos dormir nas ruas à noite.

Pong não terminou seu estudo de design gráfico e, em vez disso, viveu como um punk de rua e artista. Ele era quem intensamente fazia cartazes, panfletos para shows e eventos, faixas para qualquer atividade política como manifestações, ações de pendurar faixas, etc. Seu forte era desenhos em preto e branco com uma caneta esferográfica. As imagens de suas obras relacionavam-se com o anti-guerra (Food Not Bombs), anti-civilização, contracultura punk e anarquismo. Ele se inspirou no Black Bloc, personalidades anarquistas e zapatistas. Você veria isso em seu caderno de desenho, zines ou papel sulfite reciclado. Pong se manteve atualizado com os eventos sócio-políticos que aconteciam globalmente, e você percebia isso com seus desenhos. Posso dizer que ele era internacionalista por conta de sua preocupação com a situação ao redor do mundo.
Ele desenhou Carlo Giuliani como um tributo a sua morte; Carlo Giuliani era um anarquista italiano que foi baleado pela polícia na mobilização Anti-G8 de Gênova em 2001. Em memória de Alexandros Grigoropoulos que foi baleado por forças especiais na Grécia. Pong também desenhou imagens dele apoiando os tumultos de dezembro de 2008 em Exarchia.

Ele também fez um retrato de Santiago Maldonado, um anarquista argentino que foi vítima de desaparecimento forçado. Uma imagem da menina palestina Ahed Tamimi também estava em sua arte. Quando Tukijo, um agricultor de Kulon Progo, foi libertado da prisão, os anarquistas celebraram isso, e novamente Pong desenhou um retrato dele saindo da prisão e abraçando seu companheiro. Dei esta obra-prima de Pong pessoalmente a Tukijo quando o visitamos na Indonésia em 2015.

anti eviction mural
Em 2005-06, trabalhamos juntos com outros amigos para fazer o lançamento da campanha dos “11 punks Sagada”. Pong e eu tivemos muitas reuniões com a Comissão Asiática de Direitos Humanos, pois eram eles que estavam nos ajudando em Manila com seus conselhos jurídicos, entre outras coisas. AHRC pediu a Pong que fizesse uma ilustração em solidariedade às vítimas de tortura. Organizamos uma manifestação, junto com outros amigos de Manila, Cainta e Bulacan, para o Dia Internacional contra a Tortura que realizamos em Rotonda.
Pong era um dedicado entusiasta da propaganda anti-eleitoral por meio de suas ilustrações criativas que descreviam a farsa do sistema de votação.
Pong, como artista de rua, retratou imagens que eram relativamente importantes para ele. Ele apoiou a luta indígena, não apenas Lumad por sua autodeterminação, mas também os zapatistas, uma comunidade indígena que vive autonomamente em Chiapas, no México. Ele criticou a urbanização, a industrialização, a pobreza e a destruição do meio ambiente. Ele estava ciente de que o capitalismo e o Estado são os principais responsáveis pela loucura que acontece em nosso mundo.

A maioria dos infoshops e espaços autônomos aqui no Arquipélago tinham pinturas e murais feitos por Pong. Ele estava disposto a compartilhar seu talento com a comunidade e amigos; gostava de desenhar o rosto dos amigos e dar-lhes de presente. Na maioria das vezes, ele desenhava em seu caderno ou perguntava a um amigo se ele poderia fazer um mural em sua casa. Ele tinha dificuldade em estabelecer preços para seu trabalho, pois não se sentia confortável em ver sua obra de arte como uma mercadoria que precisava ser comprada. Ele estava disposto a ofertá-la de graça ou por uma troca.
Para mim, eu sei que Pong tinha em geral uma crítica anti-establishment e anti-instituição, especialmente no mundo da arte. Como artista, ele não estava maravilhado ou interessado em colocar seu trabalho em uma galeria fechada. Ele ficaria feliz em expor seu trabalho em locais públicos, ruas, shows / eventos, áreas de bairros, prédios abandonados e áreas de invasão.

Aprendi com ele que para as pessoas apreciarem arte é preciso mostrá-la em público, para que as pessoas possam questionar e criar consciência. Ele sempre participou de exposições de arte nas ruas como os eventos “Lansangan Koneksyon” e “Sining sa Kalye”. Mas por termos orgulho de seu trabalho ter sido exibido em outros espaços como a Galeria Ishmael Bernal, conseguimos convencê-lo em 2012 a participar de uma exposição coletiva. A exposição fez parte do evento de cinco dias Anarkiya Fiesta na Universidade das Filipinas.

Além do punk, Pong tinha um suave gosto pela música. Ele nos apresentou canções como “Tonight the Streets are Ours” de Richard Hawley e a banda CocoRosie. Se ele estava hospedado aqui em nosso infoshop, sempre conversávamos sobre muitas coisas como vida amorosa, assuntos familiares, questões sócio-políticas, fofocas, etc. Ele adorava assistir filmes junto com minha namorada, e eles ficavam acordados a noite inteira assistindo filmes.
Pong não apenas inspirou pessoas, mas DESAFIOU cada um de nós, mostrando que apesar de a vida ser difícil, qualquer um pode fazer algo diferente.
PONG NÃO ESTÁ MORTO
ELE FICARÁ CONOSCO
Tradução > A. Padalecki
agência de notícias anarquistas-ana
lua alta
céu claro
o som da folha caindo
Alexandre Brito